quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mascaras da ignorância



“Ser ou não ser, eis a questão”, ou seria “Ter ou não ter, eis a questão”?
Hoje me dia, não importa mais o que a pessoa é, e sim o que ela tem. A sociedade se tornou tão consumista que a questão do “ser” para um individuo se tornou tão banal como comprar um celular novo. A importância do “ser” se perdeu com o tempo, em meio a guerras econômicas e de poder, e isso foi tão grave, que hoje em dia uma pessoa é pelo que ela tem em material, e não em conteúdo.
Hoje me dia, é muito mais fácil você subir em um palco e relatar e mostrar todas as suas fortunas matérias, como casas, apartamentos e aparelhos eletrônicos, ou ainda apenas pelo celular, do que subir em um palco e falar tudo o que se tem de conhecimento, todas as suas fortunas não materiais.
Hoje, a vida é como se fosse uma peça de teatro, onde os atores e atrizes são as pessoas, o palco, as cidades, e o enredo, o dinheiro. Todos andam com suas mascaras luxuosas e enfeitadas, que as cegam para o mais importante da vida, exibindo apenas aquilo que é externo, e nunca deixando o interno vir à tona.
Viramos bonecos nas mãos dos produtos, compulsivos e obsessivos pela aparência externa, pelo brilho dos diamantes, que são banhados em sangue escravos, o que acaba tornando-o mais brilhante ainda, aos olhos de nossas mascaras. E cada vez mais as mascaras se tornam mais confortáveis para nós, pois é muito mais fácil ser julgado e julgas pelo que se tem.
Como chegamos a esse ponto, em que precisamos andar mascarados, escondidos por detrás dos brincos de ouro e das roupas de grife, mesmo que isso seja o oposto do que estamos pensando? Como que as unhas bem feitas foram parar na frente das unhas desgastadas das pessoas trabalhadoras?
Isso não pode estar certo, deve ter algo de errado, como que isso tudo parece algo tão normal pelos olhos de muitos, e tão errado pelos olhos de poucos? Isso deve ser por que essas pessoas que abandonaram o seu lado “ter”, que deixaram suas mascaras caírem puderam ver com seus próprios olhos, e não por uma lente objetiva de uma câmera cara, a verdadeira situação em que estamos, no caos existencial que estamos passando, onde o “ser” não é nada mais do que algo que não temos.
Ter e não ser, essa é a questão.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

com mais uma tentativa estúpida, eu te amo

"posso não escrever tão bem quanto você, posso não me expressar do jeito que gostaria, mas tentativas que não faltam. mas penso também, que apesar de tudo, serão só palavras, não é? elas nunca serão o suficiente. posso escrever mil coisas aqui, mas seria só desperdício de tempo. não tento provar a você o tamanho do sentimento que carrego comigo, por que por mais que eu tente, nunca conseguiria o demostrar por inteiro. até por que não sei o tamanho dele, não o meço nem o comparo com nada e com ninguém. e você sabe, ou pelo menos suspeita, que o que realmente importa é que você mora aqui dentro, bem aqui. e obrigada por tudo, tudo mesmo. tenho muita sorte de te ter sempre comigo. minha marida, só minha."

Te amo minha marida.

http://lauradefreitass.blogspot.com/2011/03/com-mais-uma-tentativa-estupida-eu-te.html

sábado, 2 de abril de 2011

Presente perfeito


Chego à escola em um dia chuvoso, estou atrasada.
Subo as escadas correndo e acabo escorregando e caindo por causa do chão molhado e bato meu joelho no degrau. Posto-me de pé, dou uma olhada com o canto do olho para os dois lados, e felizmente não tinha ninguém para assistir meu tombo homérico, claro, todos estão na aula.
Chego na frente da sala e a porta já estava fechada, que maravilha, acabei de perder minha prova de matemática.
Espero do lado de fora da sala, sentada em um baco nem um pouco confortável, e de brinde, ganho um enorme sermão, com direito a ameaças de suspensões e de reuniões com os pais.
Enfim me deixam entrar na sala de aula. Ando até a última carteira, deixo minha mochila do chão e tiro os cadernos de biologia da mochila. E começo a procurar o trabalho de 15 páginas de biologia sobre doenças para entregar, mas para minha surpresa ele não está lá. Entro em desespero por pouco mais de um minuto, até que me lembro de ter tirado ele da mochila para mostrar para meus pais, e me esqueci de botar de volta na mochila.
Finalmente o sinal do recreio toca, mas fico presa na sala de aula fazendo a tarefa avaliativa de física, que óbvio não consigo terminar a tempo.
Depois de tudo isso, resolvo tirar um cochilo da aula de filosofia. O que deveria ser um descanso de todos os problemas acaba se tornando mais um.
Fui colocada para fora de aula por dormir, a acabo levando outro sermão de que não se pode dormir na aula, e te que devemos ter comprometimento com os prazos dos trabalhos.
No final, volto para a sala para pegar minhas coisas, mas durante o percurso de volta para a sala, vejo você de costas. Chamo o seu nome e você vira para mim, com o mesmo sorriso pelo qual vivo dia após dia.
E é por esse sorriso que acordo em manhas como essa.
Seu sorriso é meu presente perfeito. Nunca esqueça isso, e mais importante ainda...
Nunca o perca.

Apenas um passo, e tudo pode mudar.

Ela estava bem na minha frente, como se estivesse me fitando, mas na verdade, eu que estava encarando-a.
Ela era majestosa e imponente, mas ao mesmo tempo bela e graciosa.
Só o que conseguia ver através dela era uma luz divina, nada mais. Eu não poderia ter certeza do que estaria me esperando, e não sabia se estava preparada para largar tudo o que tinha construído até aquele momento, de trocar meu conforto por uma nova aventura, sem regras nem compromissos.
Um turbilhão de vozes e rostos me assombram, todos falando juntos, de um jeito que não consigo decifrar o que estão falando, mas o mesmo tempo consigo entender o por que deles. Todos com rostos tensos e preocupados, como se todos estivessem de dando um grande sermão, todos juntos.
Fecho meus olhos e desejo que todos desapareçam. Abro meus olho.
Todos os rostos sumira, e a única coisa que estava á minha frente é a majestosa porta, espera do que eu me de decida de uma vez.
Fecho meus olhos mais uma vez.
Penso. Abro os olhos.
Dou um passo e frente e atravesso a porta.
Não tinha nem ideia do que poderia acontecer, mas estava ansiosa para descobrir.

O que não é mas deveria ser o que é, por que se é o que não é ela é


Por que me sinto tão só? Com essa vontade de chorar, com esse vazio no meu peito? Por que estou derramando lágrimas, se nem estou triste?
Essas lágrimas escorem meu rosto pesarosamente, marcando sua trajetória com um caminho úmido e sem sentido.
Por que estou triste? Estou triste?
Não sei o que está acontecendo, é como se nada mais importasse, como se nada mais existisse, como se tudo estivesse aqui, mas nada tem sentido pra mim, é como se tudo e nada fosse um só, é como se eu acordasse, e nada é o que deveria ser.
Ou sou eu que estou errada? O que eu vejo é o certo? Qual a definição de certo?
Então, o que vejo está errado. Mas como pode estar errado, algo que eu vejo e que é concreto?
Devo pedir ajuda? Para quem? Como?
Como posso pedir ajuda se nem ao menos eu sei o que está se passando na minha mente, uma mente insana e corrompida, cheia de controversas e contradições, cheia de ódio e rancor, tristezas e mágoas? Mas que ao mesmo tempo é suave e aconchegante.
Como essa mente pode causar tanta aflição e agonia para ela mesma?