Tic toc, tic toc. O tempo passa.
O tempo passa lendo e pesaroso. Os segundos que passam são como páginas viradas de um grande livro em branco, que eu mesma tenho que preencher, com minhas ações, falas, características, e acima de tudo, meus pensamentos.
Esse grande livro que escrevo ao longo dos segundos retratam todo o meu sofrimento e minha solidão, de um modo único e excepcional. Mas também retratam minhas esperanças e alegrias.
Essa alegria pode ver da forma mais boba possível, mas mesmo assim, imprescindível para o meu viver, pode ser vem um pôr-do-sol com uma pessoa querida, ou caminhas na areia, afundando seus pés na água gelada e na areia, ou em um ato ainda mais sutil, como uma flor de um admirador secreto, ou simplesmente um sorriso correspondido de uma pessoa estranha que estava passando na rua.
Em fim, o tempo passa, e com ele, minhas paginas em branco são preenchidas, e as que restam são cada vez menos e menos.
A cada segundo que passa é um segundo perdido,e a cada outro segundo que passa, é um segundo a menos na minha história, um segundo a menos no meu tempo de escrever.
E enquanto o tempo passa, as coisas mudam, as tendências vêm e vão, as eras se transformam.
E nesse meio tempo, as minhas páginas ficam cada vez mais velhas e surradas, de tantas vezes que foram folheadas e lidas, mais amarelas e opacas, até uma hora em que só terão sobrado as paginas escritas, sem nenhuma branca, e esse será o livro que eu escrevi.
O tempo passa. Tic toc, tic toc.