quarta-feira, 30 de março de 2011

Conversa de outro mundo

-Minha hora ainda não chegou então o que está fazendo aqui?
-Nada, só dando uma passadinha para ver como você está indo. Como você está indo?
-Não muito bem, se pode notar.
-Eu sei, só estava puxando conversa. Para eu saber de você significa que o tempo está acabando, não?!
-EU SEI DISSO! NÃO PRECISA FICAR ME LEMBRANDO!
-Ok, ok. Não está mais aqui quem falou. Como já disse, só estava puxando conversa.
- Então por que não vai “puxar conversa” com outra pessoa, talvez uma enfermeira, para arranjar um encontro? Ah, esqueci... VOCÊ NÃO PODE! E todos ou outros, pelo menos nos últimos dias estão meio velhinhos para ter uma conversa com você, não?!
-Nossa, não precisava ser tão grosso assim, se não queria me ver poderia ter dito antes.
- Hahaha, e você acha que alguém quer te ver?
-Bem, nesse ponto você tem razão.
- E não tem como eu te falar que não quero te ver, você que aparece do nada!
-Ok, já estou indo, e da próxima vez que voltar, vai ser para te levar, então se aprece e faça logo o que você tem que fazer, se não vai se arrepender depois.
-Vai logo! E não precisa se meter na minha vida, já falei que não preciso fazer nada, posso ir sem arrependimentos.
-Não vou entrar nessa discussão de novo com você, por que já sei o que vai acontecer: vou falar que tem que se apressar, você vai perguntar pra que, eu vou dizer toda a história, e você vai perguntar: “mas o que eu preciso fazer em relação a isso?”, eu vou te dar um sermão, você não vai me escutar e vou acabar ficando bravo com você e perdendo tempo.
-Se você sabia de tudo isso... POR QUE VOCÊ AINDA ESTÁ AQUI ENTÃO? Não tem mais ninguém para importunar não? Uma senhora com diabetes? Um senhor com problemas cardíacos?
-Já falei que estou indo, não precisa ficar falando isso, eu também tenho sentimentos, sabia?
-Isso é difícil de acreditar...
-Não aquento mais toda essa grosseria, estou indo, adeus...
...
-ALELUIA! Nossa, que cara chato!
-Pai, com quem você estava falando?
-Com ninguém Lizzy.
-Tem certeza que não quer que eu chame uma enfermeira pra não ver se sua febre voltou?
-Não precisa não, eu estou bem querida, quer dizer, bem na medida do possível, né?!
-Mesmo nesse estado você ainda fica fazendo gracinhas, né?
-Você me conhece melhor que qualquer um, já deveria saber disso.
-É verdade... Ah, pai, aquela moça veio aqui de novo te ver, ela esta esperando lá fora faz mais ou menos umas três horas, tem certeza que não quer vela? Acho que é a quinta vez que ela vem aqui. Eu não sei quem ela é, e não sei o porquê de você não quere falar com ela, mas para vir aqui cinco vezes, deve ser algo importante...
...
“se aprece e faça logo o que você tem que fazer, se não vai se arrepender depois.”
- Está bem então, deixe-a entrar.
...
-Por que não deixou em te ver antes?
-Por que veio me procurar só agora?
...
-Você sabe que eu gostaria de te ver antes, e que não pude.
-Não me venha com desculpas de novo, não quero que acabe que nem da última vez.
-Então estamos bem?
-Eu não quis dizer que iriamos ficar bem, eu quis dizer de você ter me abandonado.
-Mas não tem como eu te abandonar, você não vai ficar aqui por mais muito tempo, eu estou errada?
-CHEGA! Fale de uma vez o que você quer, então vou poder partir em paz.
-Quero que você conte para Lizzy a verdade.
-Mas nem que eu vá para inferno! Se bem que acho que vou para lá de um jeito ou de outro. Mas esse não é assunto. Por que quer que ela saiba? Para que ela possa sofrer mais do que já sofreu?
-Só quero que ela saiba a verdade.
-E por que isso só agora? Ein? Posso saber?
-Por nada.
-Não me venha com essa conversa, eu sei muito bem que você quer aquele emprego em Paris, e quer usar a Lizzy para conseguir isso. Mas eu não vou permitir. Amanhã mesmo ela vai se mudar para a casa da Selly, e vai morar com ela ate ter ir para a faculdade.
-Eu não vou permitir que a minha Lizzy vá morar com uma estranha.
-A estranha para ela aqui é você, se esqueceu? E você também se esqueceu do que disse logo antes de me abandonar?
“E fique com ela, ela não é mais minha, não é mais problema meu!”
-Mas naquela época eu era uma garota quase,
-CHEGA! Não vou discutir sobre isso, a minha decisão já esta tomada, e já tenho toda a papelada jurídica me ordem, não há nada que você possa fazer quanto a isso! Agora saia daqui AGORA MESMO!
-Você vai se arrepender por isso quando partir!
-Hahaha, pode ter certeza que não vou.
...
-Pai, quem era ela?
-Ninguém. Querida, poderia pegar um suco para mim? Estou morrendo de sede.
-Pode deixar!
...
-Voltei!
-Você de novo não!
-Agora é sério, hora de ir.
-Não tem como atrasar um pouco mais? A Lizzy vai se mudar amanha e eu... Esta bem, sei que isso é impossível, mas pelo menos deixa a Lizzy voltar com meu suco?
-Não posso, a hora é agora.
...
-Pai, voltei com o suco.
...
-Pai?
...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Sol da manhã



Era uma linda manhã de verão, com todo o seu esplendor.
Os raios de sol insidiam nas pequenas gotículas de orvalho, fazendo com que a grama tivesse um brilho estonteante.
Olhando peja janela, podiam-se ver as árvores com seus galhos cheios de folhas verdes e vivas, onde um casal de passarinho despertava após sua noite de sono.
Eles estavam dormindo tão juntos que suas asas pareciam de fundirem. Cada um sacode as cotículas de orvalho e se espreguiçam, estendendo suas asas até a última pena. Logo após veio a cantoria, um lindo soar de notas que parecia uma linda sinfonia.
Pela janela, os primeiros raios de sol entravam, e uma leve brisa matinal entrava pela janela, balançando as cortinas.
Na cama, duas pessoas deitadas abraçadas.
-Que dia lindo, não?
-A, mais ou menos...
-Como mais ou menos? É só olhar pela janela que se pode ver o sol lá fora.
-É que fica difícil de ver o sol lá fora se tenho um bem aqui ao meu lado.

quarta-feira, 23 de março de 2011

O último suspiro


Estava tudo escuro naquele bosque.
As arvores, sem ao menos uma única folha, davam um ar sombrio e a chuva caia pesarosamente.
Ele estava ajoelhado, com os cabelos sobre o rosto. Possuía longas asas negras, que se desfaziam pouco a pouco, deixando longas penas pretas flutuando com a brisa gelada.
Sua calça estava rasgada na altura dos joelhos, talvez proveniente da queda. Ele fizera de tudo para que ela não se machucasse, mas parece que fora tudo em vão.
Ela jazia em seus braços, fria como o gelo, e branca como a neve. Seus cabelos petos se fundiam com a escuridão, seus olhos, com suas pálpebras fechadas, escondiam o mais lindo e estonteante azul.
Ele estava em prantos, suas lágrimas contornavam seu rosto, antes de cair na pele pálida da menina. Sua expressão estampava uma profunda tristeza e uma vontade desesperada de tê-la de volta a vida, de ter seu corpo aquecido novamente, sentir suas mãos afagando seus cabelos e seus calorosos beijos.
A cada segundo que se passava, ele se sentia mais arrependido, com uma raiva incontrolável crescendo dentro dele, uma raiva por estar vivo, e ela não, e mais as lágrimas caiam desenfreadamente.
Ele a apertava contra o peito, em um caloroso abraço, mas que não tinha resposta. Ele afrouxou um pouco o abraço, mas apenas o suficiente para conseguir vê-la, ver seu rosto mais uma vez.
Ele aproximava cada vez mais seus rostos, deixando a distancia de seus lábios extremamente pequeno, quase se tocando.
Ele não resistiu e a beijou, e, em um lapso de tempo, ele sentiu uma mão afagando seus cabelos, e os lábios que a pouco estavam frios e pálidos, retornavam a ter uma cor avermelhada, esbanjando calor.
No instante que seus lábios se desvencilharam, uma única e última lágrima escore de seu rosto e cai nos lábios dela, e nesse exato momento, no exato momento em que a lágrima atinge seus lábios, se escuta um suspiro, um último suspiro, e a bela moça de desfaz em lindas e deslumbrantes penas, que pouco a pouco se dispersão com a suave brisa, deixando-o ajoelhado com o último resquício dela, a mais bonita e única pena branca em suas mãos.
E ao longe se podia escutar o grasnar dos corvos e o som de suas asas batendo, acompanhando as penas que flutuavam no ar.

Diário de Intercâmbio – Dear Host Family.

Quando se vai fazer intercâmbio, é preciso que você escreva uma carta para a sua Host Family, que será a sua “família adotiva” durante o intercâmbio.
Essa carta é requisitada antes mesmo de te designarem para uma Host Family, ela é enviada com seu application para escolherem uma família para você.
“Dear host family,
I am so glad to be able to go to Canada. My name is Helena and I am 16 years old (but I will be 17 when I go to Canada).My birthday is on July 27th.
I am from Sao Paulo-SP, but I have lived in Florianópolis-SC since 1999. Floripa is an island, by the way. I live near Joaquina beach, so I can walk there from my house through the dunes.
I am in the second year of high school and I think I am a very good student. My school is not so big, for example, in my class there are about 36 students.
I think I am a little different because my favorite subjects are chemistry and math.
Here in Brazil I am learning English and also Japanese. I hope I can improve my English and also keep studying Japanese while I’m in Canada. I also tried to play guitar about 5 times, but I just can’t.
Since the beginning of 2010 I decided to be vegetarian and this is only my choice, but I still eat seafood. I think the reason I am still eating seafood is that I am crazy about sushi. But I am not difficult about eating, I eat vegetables, fruits, and if meat is the only thing to eat, I will not complain I will eat it.
I really love to read and my favorite topic is fantasy, like, vampires, immortals, things that could never happen in the real world. My favorite authors are Licia Troisi (Italian), Michelle Paver (African, but raised in America, I think), Alyson Noël, Lauren Kate, Patrick Rothfuss, Becca Fitzpatrick, Richelle Mead, and Conan Doyle. I also really like to read mangas, the Japanese’s comics. And I also like to write, I have a blog (www.bloodbonesandlove.wordpress.com), but all the entries are in Portuguese, perhaps after the exchange I will start writing entries in English.
I love watching series on TV, but here the episodes are on late, so I watch them on the internet. My favorite series are Friends, House (I just LOVE Dr. House), Bones, The Vampire Diaries and Glee. I enjoy watching movies too, especially the ones with Johnny Depp and Angelina Jolie.
Here in Brazil, we have a farm in Mato Grosso do Sul, and I enjoy going there very much, especially because I can ride horses there, and I love this.
My dad and my mom are taking over the administration of the farm that we have, with my aunt, so they have to go to the farm once a month. When they go, my brother and I stay with my grandma, in Florianópolis.
I used to have two dogs, females, but one passed away in 2010. She was a Great Dane and got cancer. The other is my little baby; she is a Brazilian Terrier and has slept inside since my other dog died. So every time I open my bedroom door she enters quickly in my room, before me and climbs into my bed and keeps looking at me, wagging her tail, waiting for me to pet her.
My family is not big, it is just a normal size. My mom (46, lawyer) loves to cook and does it very well. She makes the best rice and beans ever and a lot of others things. My dad (48, geographer) loves kayaking and hiking. When we decided for me to go to Canada, he did not stop telling me that here are great trails and trips to take. And my brother, he is a little bit annoying, but I still love him, we always play the video game Will together.
My family and I have lunch together almost every day, except when I have to have lunch in a restaurant because of school or my extracurricular activities.
My school goes from 7:30 am to 12:20 pm and once a week I have to study in the afternoon because my English class and art class are on Thursday afternoon.
I really love to dance. I used to be part of a group of hip hop dance and we went to many dance festival. But the group is no longer together.
In school Olympics I am the goalkeeper of the soccer and handball time.
On Friday I used to have drama class and I had drama class with to 2 friends from school (Martina and Barbara). Almost every week we went out with other friends and the best part was that the drama class was in Centrinho Da Lagoa, it is a part of town that has restaurants, bars, ice cream shops, shops and other things and because of that everyone could eat what he or she wanted. There you can eat sushi, pizza, pastel, Mexican food and bar food. And in the bars they have music, so you can eat, listen to a good song and talk to your friends.
Almost every week I invite some friends to go to my house and have a lot of fun!
I am so glad to be able to go to Canada, learn another culture and meet new people and I hope that everyone likes me.”

Diário de Intercâmbio – Agência e teste.

DIA 21/01/2011
Hoje foi o dia em que decidi com qual agencia vou ir e fiz o teste obrigatório de inglês.
Acabou que vou com a empresa Interculturtal. Até agora foi a empresa que mostrou o melhor orçamento e passou uma impressão muito boa, com uma assistência ótima, por enquanto.
O teste de inglês requerido não é algo muito complicado, mas se você não vai bem nele não pode fazer o intercâmbio, então, mesmo ele sendo fácil, é melhor levar ele bem a sério.
Ele é dividido em duas partes, uma parte de escutar um CD e fazer as atividades, e a outra que é puramente interpretação. Sendo o teste de múltipla escolha.
Mas não é bom levar o teste como exemplo do seu nível de inglês, pois, se durante o intercâmbio a escola achar que você não esta com um inglês bom, você terá que fazer aulas articulares de inglês, pagas, que não então incluídas no orçamento, e se o seu inglês é péssimo, a escola pode te mandar de volta para o Brasil, então é bom investir aqui no Brasil em um curso de inglês antes de ir para o intercâmbio.

Escolhas/Reflexão

Cada um faz sua suas escolhas para a vida, sem elas certas ou erradas, seguras ou perigosas, impulsivas ou pensadas.
E com elas, as conseqüências vêm, e temos que aprender e lidar com elas, pois elas sempre vão estar atrás de uma escolha, esperando o momento certo para aparecer e, dificultar ou ajudar algo na sua escolha feita.
Nós temos que aprender a lidar com isso, e saber escolher os melhores caminhos, e muitas vezes esses caminhos não são os mais fáceis, e sim os mais difíceis, mas dolorosos, mais obscuro, e com as piores conseqüências.
Essas escolhas certas podem não parecerem as certa de primeira vista, mas devemos acreditar nelas e nas suas conseqüências.
Acho que é por isso as vezes certas pessoas fazem escolhas e não sabemos o por que, e na primeira instância, são as erradas, mas com o passar do tempo, percebemos que elas são as certas, e assim entendemos que elas fizeram as coisas certas, ainda mais se você esta envolvida nessas escolhas.
Também há as escolhas que somos obrigadas a fazer, ou que o próprio destino faz por nós, como algo indesejável que acontece na nossa vida, coisa que não deveria acontecer, mas aconteceu. Essas “escolhas forçadas” as vezes são necessárias para nos fazer abrir os olhos e enfrentar a situação da melhor forma.
Elas nos fazem amadurecer e relação a vida e ao que ela pode ou não nos proporcionar, nos fazendo crescer em questões mais práticas da vida, e nos fazendo aprender e ver que a vida não é apenas um mar de rosas, em que tudo acaba bem no final, não, a vida pode ser traiçoeira e injusta, mas que devemos seguir com ela, não importa o que aconteça, devemos erguer a cabeça e continuar andando para frente.

(Esse foi mais um texto reflexivo para mim mesmo, com tantas coisas acontecendo na minha vida, achei que esse texto me ajudaria a seguir em frente).

DESABAFO

Por que as pessoas  coisas de mim que não deveriam esperar?
NÃO SOU PERFEITA E NUNCA VOU SER!
As pessoas acham que sou uma coisa completamente diferente do que sou, e me cobram de coisas que não faço, não fazia e nunca vou fazer, e quando faço algo que EU faria, ficam bravas e se sentem ofendidas.
Às vezes fico cansada, não quero conversa, e mesmo assim essas pessoas vêm falar com a pessoa que elas ACHAM que eu sou, e, como toda pessoa normal, EU TAMBÉM ME EXTRESSO de vez em quando, só para varias, mas quando isso acontece, parece que sou a pior pess0a do mundo, que respondo para tudo e todos sobre tudo. MAS NÃO É BEM ASSIM.
Como elas têm o direito de ter um dia em que elas não estão tão bem, aquele dia que não quer conversar com ninguém, adivinha só:
EU TAMBÉM PASSO POR ESSES DIAS DE VEM EM QUANDO, E TENHO O MESMO DIREITO QUE VOCÊS DE TER UM DIA DO CÃO, E DE SE EXTRESSAR COM AS PESSOAS DE VEZ EM QUANDO!!!
-Posso sair?
-Não.

-E agora? Posso sair?
-Não! Já disse que não!
-Ok… Só foi uma pergunta, não precisava gritar.

-Para onde estamos indo?
-Logo você verá.
-Vai demorar muito mais?
-Um pouco.
-Por que o carro é todo preto? Não consigo ver para onde estamos indo.
-Por que sim.
-Você é assim com todo mundo ou só comigo?
-Não te interessa.

-Qual a sua cor preferida?
-Roxo.
-Quantos anos você tem?
-Mias de 500.
-Mentirosa!
-Acredite se quiser.
-Continuando…Qual a sua comida favorita?
-Macarrão.
-Sério? Minha mãe faz um macarrão tão bom! Você deveria ir lá em ca…
-Tá, ta, chega!
-Ok, só queria quebrar o silêncio.

-Chegamos!
-Aleluia! Não agüentava mais ficas sentado!…Mãe! Pai!
-Filho, vem nos dar um abraço!
-Que saudades, por onde vocês dois andavam? Me deixaram com aquela megera ali!
-Foi só um pouco de tempo, agora podemos ficar juntos para sempre, ok?!
-Mãe.
-O que querido?
-O que são essas penas atrás das minhas costas? Olha! Na de vocês também tem.

Páginas em branco

Tic toc, tic toc. O tempo passa.
O tempo passa lendo e pesaroso. Os segundos que passam são como páginas viradas de um grande livro em branco, que eu mesma tenho que preencher, com minhas ações, falas, características, e acima de tudo, meus pensamentos.
Esse grande livro que escrevo ao longo dos segundos retratam todo o meu sofrimento e minha solidão, de um modo único e excepcional. Mas também retratam minhas esperanças e alegrias.
Essa alegria pode ver da forma mais boba possível, mas mesmo assim, imprescindível para o meu viver, pode ser vem um pôr-do-sol com uma pessoa querida, ou caminhas na areia, afundando seus pés na água gelada e na areia, ou em um ato ainda mais sutil, como uma flor de um admirador secreto, ou simplesmente um sorriso correspondido de uma pessoa estranha que estava passando na rua.
Em fim, o tempo passa, e com ele, minhas paginas em branco são preenchidas, e as que restam são cada vez menos e menos.
A cada segundo que passa é um segundo perdido,e a cada outro segundo que passa, é um segundo a menos na minha história, um segundo a menos no meu tempo de escrever.
E enquanto o tempo passa, as coisas mudam, as tendências vêm e vão, as eras se transformam.
E nesse meio tempo, as minhas páginas ficam cada vez mais velhas e surradas, de tantas vezes que foram folheadas e lidas, mais amarelas e opacas, até uma hora em que só terão sobrado as paginas escritas, sem nenhuma branca, e esse será o livro que eu escrevi.
O tempo passa. Tic toc, tic toc.

domingo, 20 de março de 2011

Meu próprio céu estrelado


No meu mundo, cada um tem um céu de estrelas só para si, onde cada um escolhe que estrelas guardar.
No meu céu, há muitas estrelas, umas maiores e mais brilhantes, outras menores e mais opacas, mas todas importantes, pois para estarem ali, são importantes para mim. Tem estrelas que são apenas passageiras, têm outras que vem, crescem, crescem e crescem, mas de uma hora para outra, desaparecem, sem deixar vestígios ou mesmo uma poeirinha brilhante, e têm aquelas que permanecem. Mas para mim todas as estrelas são importantes, pois sem elas não teria como me orientar na minha jornada.
Mas têm algumas estrelas que se destacam no meu céu, na verdade, cinco delas.
Elas são as estrelas mais brilhantes, mais bonitas e mais preciosas.
São como pérolas no céu.
São elas que sempre estão lá quando eu mais preciso delas, são elas que me mostram o caminho certo de volta para casa a cada vez que me perco, que me ajudam a levantar e seguir em frente quando acabo tropeçando e caindo, que me aconselham no momentos de angustia, que conversam comigo nas noites em que fico deitada na grama molhada com o orvalho que vai se formando.
Elas SEMPRE estão lá.
Muitas pessoas me perguntam em como posso confiar tanto em estrelas, se elas só aparecem à noite? E aqui vai minha resposta:
“Elas são as minhas jóias preciosas, que não tem valor estimado, e não estão à venda ou para empreste, são mais brilhantes que o próprio sol para mim, por isso que elas estão comigo o tempo todo, pois no MEU céu de estrelas, eu não tenho um sol, elas o iluminam por mim”.

Cores do esquecimento


Estou aprisionada em um ligar escuro, úmido e mal cheiroso… SOZINHA
Às vezes, mas muito raramente em pequeno filete de luz entra por uma minúscula fresta na parede, que acaba refletindo nas muitas goteiras, causando uma das visões mais bonita que já vi na vida, ou nesses curtos anos em que estive presa nesse local.
O que acontece é que a luz reflete na água e forma um aro de corres lindas. Um dia eu parei para contar as cores, são sete ao total, cada qual com seu esplendor.
A primeira lembra a cor de uma maça bem madura e linda, com aquela casca envernizada, uma cor agitada, viva e gritante.
A próxima é um pouco menos agitada e viva, mas mesmo assim é estonteante, é como a cor do pôr-do-sol, aquela cor aconchegante e quente.
A terceira é uma cor linda, é da cor de um canarinho que canta todos os dias de manhã, logo que os primeiro raios de sol raia. Acho que ele identifica sua cor com a cor dos raios solares.
A cor do meio é uma das mais lindas, em minha opinião, ela me lembra a longos e extensos campos de grama em que eu costumava a cavalgar, ou onde eu caminhava escondida logo de manhã, quando a grama ainda estava molhada com as pequenas gotas de orvalho, molhando e sujava as barras do meu vestido, o que sempre acabava em briga com minha mãe.
A outra é a mais solene a calma de todas, é como a cor do céu limpo dos dias ensolarados. O sol que eu costumava a admirar deitava na estepe durante horas, olhando-o e admirando-o.
A que vem a seguir é uma cor tão fofa, uma cor que eu costumava a usar quando eu era mais criança, uma cor, como posso dizer, como a daquelas pequeninas flores, que não são nem da cor do céu e nem cor de uva… Você sabe que cor é, não sabe?!
A ultima, finalmente, é uma cor deliciosa, é como a cor de uma uva bem madura, ou da de uma jabuticaba, deliciosa e suculenta, iguais a que eu costumava a comer no sítio da minha tia com meus primos, direto da árvore.
Não acredito que esqueci o nome da coisa mais bonita que já vi na vida, acho que é por que estou trancada aqui por muito tempo, mas como posso ter me esquecido, e até os nomes das cores.
Como posso ter me esquecido disso… Mas disso o que mesmo?

Sangue do meu sangue


Tudo o que eu queria era um pouco de paz. Sentimento que não desfrutava há tempos.
Tudo o que se passava na minha vida não é algo que possa chamar de normal. Era tudo muito absurdo, inacreditável, algo que me deixava há beira da loucura.
O responsável era algo comum no nosso cotidiano, mas que não imaginava que pudesse fazer famílias derramares sangue por ele, pelo dinheiro.
Tudo começou quando meu avô morreu, aos 90 anos e deixou para seus filhos e amada esposa, minha avó, sua fortuna, a fortuna que construiu do zero, com muito esforço e força de vontade durante todos esses anos de vida, e estava sendo motivo para discórdia, lágrimas indesejáveis, sofrimento, angustias e derramamento de sangue… E não era sangue de estranho, era sangue do meu sangue.

Run Away


Sinto que não pertenço a lugar nenhum, ou lugar nenhum me pertence.
Fico vagando de lugar em lugar, tentando achar um em que eu poça me encaixar, mas minha procura esta sendo inútil, apenas perda de tempo. Talvez eu tenha que parar com essas andanças desnecessárias e enfrentar a realidade: de que não sou bem vinda em lugar nenhum, e que minha sina é vagar pela eternidade, sem uma meta ou objetivo, apenas vagar, como um espirito errante que não achou seu caminho pôs morte.
Vivo para viajar, viajo para focal só, e fico só para sobreviver. Que irônico, não? Geralmente as pessoas viajam para poderem conhecer gente nova, lugares novos, mas eu sou o contrário, viajo para fugir, fugir do passado, fugir dos lugar, fugir das pessoas.
Fugir da realidade.

Adeus


Matar. Morrer. Ser morta. Isso é em tudo o que tenho pensado nesses últimos dias, minha vida se tornou um inferno, uma infinita batalha de mim mesma contra minha própria existência. Uma caçada sem fim aonde eu sou a caça e o caçador, e minhas munições são minhas ações. Eu morro cada dia um pouco mais, deixando como legado todo o meu ódio e rancor desse mundo.
Corro em círculos, sempre virando para traz para tentar ver quem me persegue, então, chego a um beco sem saída, e me vejo forçada a me virar e enfrentar o rosto do perseguidor. Mas quando o vejo percebo que sou eu mesma. Eu mesma me quero morta, mas ao mesmo tempo, tento fugir desses pensamentos, me agarrando na mais fina e frágil esperança. Esperando que algo milagrosamente me salve. Mas o meu outro eu, o que persegue, que acabar logo com isso. E faz de tudo possível para acabar com esse sofrimento inútil o mais rápido. Usando todos os meios disponíveis e a sua alcance, não importando quais sejam.
Fico me perguntando qual eu devo apoiar.
Mas não devo me preocupar mais com isso, já que tudo acaba aqui.
Adeus.

Aprisionada em uma mente defeituosa


Minhas lágrimas escorriam pelo meu rosto, contornando meus olhos, descendo pelas minhas bochechas, salgando minha boca e, enfim, caindo, e com elas iam todas as minhas tristezas e inseguranças, junto com minha força e confiança.
Não sabia se tinha feito o que era certo, ou o que eu achava certo.
Mas como poderia me arrepender agora, se já tinha feito?
Meu coração se enche de desespero e mágoas, e eu me afogo em um turbilhão de emoções. Eu tento lutar, mas não consigo, a correnteza é mais forte do que eu, então apenas deixo que o fluxo de sentimentos me leve, seja pra onde for.
Acabo chegando a uma parte do meu coração que eu não conhecia. Um lugar incolor, vazio, obscuro e intimidador. Nesse quarto, há doas portas. Uma, linda, maravilhosa, enfeitada com cristais e entalhes de madeira do século IX, e branca. A outra porta é velha, com pedaços quebrados, remendos, e preta. Havia também um bilhete: “Entre em uma delas”.
Fiquei desconfortável com a idéia de ter que entrar em um lugar que não conheço. Mas entrei, e por incrível que pareça, entrei na preta.
Não sei o porquê. Acho que ela me deixava mais confortável, algo que me lembrava de casa, algo de conhecido, já a branca era mais extravagante, era intimidadora.
Entrei, e acabei em um corredor. Ele era longo e estreito, com vários rostos salientes nas paredes, cada um com uma expressão diferente, uns com uma expressão de tristeza, outros de desprezo, mas todos com um ar sombrio e amedrontador. Continuei andando, até conseguir ver o fim do corredor. O fim era outra porta.
Elevo a ao á maçaneta, com o intuito de abrir a porta, mas quando apóio de leve minha mão na maçaneta, uma placa aparece na porta: “consciência”. Parei imediatamente, fiquei inerte, coma mãe apoiada. Não conseguia abrir, não conseguira abrir, pelo simples fato que atrás daquela porta estaria minha consciência.
Não poderia me dar ao luxo de ver o que se passava na minha mente, ou melhor, não queria ver. Tinha medo do que poderia descobrir, ou ter a confirmação do que eu já sabia, de que tinha pensamentos obscuros, mergulhados um ódio e tristeza, banhados um sangue e amargura. Se eu entrasse em minha mente, teria que ver o que fiz de novo, mas não queria ver, não queria admitir o que tinha feito, queria apenas que isso fosse uma vaga lembrança de um momento de delírios que nunca poderia se confirmar verdade, mas se eu entrasse por aquela porta, todos os meus medos estariam confirmados, e eu teria que viver com o peso dos meus pecados me atormentando pelo resto da vida.
Logo após que termino meus pensamentos insanos, de uma mente defeituosa, a porta simplesmente desaparece, do mesmo jeito que apareceu. Estou de volta em um infinito vazio, apenas eu e meu ego, o mesmo ego que me deixou sozinha, o mesmo ego que me fez perder tudo, o mesmo ego que me fez fazer o que fiz.
Continuo andando, sem rumo e sem sentido, eu era panes um espírito errante, aprisionado dentro de si mesmo, compartilhando sua dor e suas amarguras com sigo mesmo. Depois de andar no vazio, e em um silencio cortante, fico desnorteada. Será que nunca mais iria sair daquele imenso vazio de mágoas? Será que teria que continuar vagando pelo resto da eternidade, sem ao menos poder acabar com o meu sofrimento?
Sento. Junto às pernas ao corpo. Encolho-me o máximo possível. Fecho os olhos. Conto até dez. Abro-os de novo.
Uma nova lágrima desce pelo meu rosto, mas dessa vez não era uma lágrima de desespero, era uma lágrima de alívio. Quando meus olhos se abriram de novo, eu estava de volta ao local de onde partirá, contudo em seu exato lugar, mas minha felicidade durou pouca. Logo me lembro de onde estava antes da cair no abismo que é minha mente. Eu estava de volta á cena que me fez cais no abismo, que me fez definhar, me fez chorar até que a ultima gota de lágrima caísse, fazendo minhas lágrimas secarem.
Estava de volta á minha casa, no quarto dos meus pais, onde tudo estava pintado de vermelho, até mesmo eu. A faca quente em minhas mãos. E os corpos dos meus pais na cama, sem vida.

Eu tinha uma amiga assim


Eu tinha uma grande amiga.
Ela era linda, com os cabelos curtos e pretos, era alta, com os olhos profundos e escuros, como seu cabelo, um preto escuro e profundo, que te fazia perder o fôlego.
Eu tinha uma amiga assim.
Ela era companheira, fiel, brincalhona e protetora. Adorava brincar no quintal, onde a grama era verdinha, onde o ar era fresco.
Eu tinha uma amiga assim.
Mas ela tinha um medo insano de subir as escadas. Ela não subia escadas de jeito nenhum. Mas quando aprendeu a subir, se esqueceu de aprender a descer, e eu tinha que descer com ela.
Eu tinha uma amiga assim.
Mas um dia a minha amiga ficou doente. E tudo o que ela fazia, como brincar, ela não pode mais. Ela ficava deitada o dia todo, por que não conseguia ficar em pé.
Ela parou de brincar.
Parou de andar.
Parou de falar.
Parou de comer.
Parou de respirar.
Parou de viver.
Eu tinha uma amiga assim. Mas não tenho mais, por que minha amiga embalou em um sono eterno. Onde ela não está mais doente, e ninguém mais pode acorda-la.

Ironias da vida


É tão difícil ser quem tu não és, fazer o que tu não fazes, falar o que tu não fala, viver do jeito que tu não vive.
É tão difícil, mas mesmo assim tem aqueles que fazem. Elas simplesmente trancafiam seu “EU” interior no local mais profundo e obscuro de suas almas, e expõe apenas uma casca feita para a aceitação da sociedade, como se a vida fosse um teatro, o que não esta errado de se dizer.
Os personagens somos nós, pessoas. Cada qual dançando com a música que toca, vestindo uma mascara masca diferente para cada encontro, agindo do feito que a sociedade acha certo, e não o que o indivíduo acha certo.

Olhos gélidos e inesquecíveis

O sangue escoria pela parede, a mesma parede que, há pouco tempo era branca, agora manchada com um vermelho vibrante.
O corpo pregado na parede, ou pelo menos o que restou dele, todo dilacerado, com suas tripas penduradas para fora do corpo, com seus ossos e órgãos internos aparecendo.
No chão, um menino de olhos azuis, o azul mais profundo que se possa imaginar, e com os cabelos de um preto profundo. Ele estava com as roupas sujas de sangue, com respingos pelo corpo todo. O seu olhar era frio feito gelo, suas mãos estavam totalmente vermelhas, uma falca jogada perto de sua perna.
Na porta, entre o quarto e o corredor, uma menina parada, com os olhos esbugalhados. Olhava para aquela cena com desprezo, nojo, raiva e rancor, já o menino não demonstrava nada, absolutamente nada.
Um grito quebra o torturante silencio.
A menina estava de joelhos, em prantos, com os olhos inchados de lágrimas.
Era uma cena marcante, que com certeza deixaria cicatrizes em seu pequeno coração, que agora estava dilacerado. Ver sua amada mãe, naquele estado deplorável, era algo que inimaginável. Ela nunca pensaria que sua mãe teria um fim tão trágico. Ser morta por um menino tão bonito, mas tão gélido.
Ela nunca iria esquecer aquele olhar, o jeito com que ele a encarava, e a indiferença com que ele lidava com sua dor, a dor de um ente querido perdido, e a dor de um amor impossível.

SER FELIZ


Acho que você sabe do que estou falando, e espero que isso ajude.
“Tenha felicidade o bastante para fazê-la feliz,
Dificuldades para fazê-la forte,
Tristeza para fazê-la humana,
E esperança o suficiente para fazê-la feliz” (Clarice Lispector)
Para sermos felizes, é preciso ariscar, é preciso desapego, são precisos sonhos e força de vontade.
Quando escuto alguém reclamando da vida sentada em uma cadeira, fico furiosa, pois reclamar e não fazer nada não ADIANTA nada, mas quando uma pessoa fala isso, e começa de algum jeito a repensar seus atos e suas escolhas, ao longo de sua vida, e acaba chagando em uma conclusão, vejo que essa pessoa sim, tem o direito de reclamar se ela não esta satisfeita com sua vida. Essa pessoa, pelo menos, tenta fazer algo, mesmo que seja na frente do computador, ou de um caderno, escrevendo o que pensa, pois ela já esta fazendo algo, esta de certa forma desabafando e ao mesmo tempo em que escreve, pensando em algo para fazer e mudar seu modo de vida.
Ter medo de mudar nem sempre é ruim, pois todos têm medo de mudar, se mudar o visual ou o corte de cabelo já é difícil, imagina sair da nossa zona de conforto e irmos nos aventurar em um lugar totalmente diferente, pode e será uma aventura maravilhosa, será tudo, menos fácil.
Então, quando falamos que temos pregos que nos prendem ao chão, devemos apenas deixá-los desaparecer, e nos aventurarmos no mundo da lua, das estrelas, aonde se pode tudo, e tudo é possível. Devemos ter “os delírios mais loucos, as idéias mais insanas, os pensamentos mais complexos, os sentimentos mais fortes”, os desejos mais inesperados. Devemos cometer loucuras, besteiras e se arrepender depois, pois se nós formos pensar em conseqüências, não deveríamos nem ter nascido, pois uma hora vamos morrer.
Para essa tarefa difícil que é deixar os pés livres pra voar, tem pessoas que nos apóiam e que querem o nosso bem. Elas não podem fazer os pregos desaparecer, mas pode nos ajudar e nos aconselhar em como fazer isso, pois elas podem ter passado pelas mesmas dificuldades. DEVEMOS deixá-las que nos ajudem, pois com alguém por perto, alguém que nos ama, é muito mais fácil que sozinhos.
Não tenha medo de lágrimas, nem de soluços, deixe que elas escoram pelo seu rosto, limpando e levando com ela todas as incertezas e inseguranças
Se deixe levar pela a correnteza, sem medo do tamanho da queda da cachoeira que vem logo seguir, não tente nadar contra, não tente afundar, apenas bóie, e não tenha medo de pedir ajuda ou de compartilhar isso com os outros, pois esses outros ficam honrados quando alguém que eles amam os pedem ajuda, conselhos, ou mesmo um ombro para desabafar. Eles não se importam se podem fazer muito ou pouco, mas com certeza farão tudo que está ao alcance deles, mesmo que seja apenas escutar. Deixe que eles o guiem para o caminho da liberdade e das asas, pois eles só estão te esperando para poderem voar juntos.

Anjo caido


Têm pessoas que me chamam pelo nome, outras pelo meu apelido, e alguns poucos de amiga. Ainda têm aqueles que me chamam de anjo, ou de anjo da guarda, mas de que adianta ter um anjo caído, sem suas asas para voar, incapaz de proteger a si mesmo, quem dirá outro, destinado a sofrer pelo resto da eternidade, preso a um ideal falso e obscuro, corrompido por suas próprias mágoas, e com um desespero que consome sua alma pouco a pouco, o matando dia apos dia, e um arrependimento que dilacera sua carne como um animal selvagem, que a cada dia perde sua sanidade pouco a pouco, o levando para um caminho obscuro e sanguinolento, onde acaba se perdendo em um turbilhão de nostálgicas lembranças, que penetram em seu corpo e destroem seu coração?
É esse anjo que você quer te protegendo?

Véu negro

A noite tinha caído como um véu de noiva negro, eu estava andando pelo bosque, como fazia todas as noites depois que volto do trabalho, mas essa noite era uma noite especialmente diferente, não sei dizer exatamente o que, mas tinha algo de diferente nela, algo mais sombrio.
Continuei andando sem dar muita preocupação , com meu Ipod no bolso, ligado ao volume máximo para não cai no desespero do silencio da noite. Ando despreocupada, olhando para o chão e acompanhando a musica “My Heart” da banda Paramore, cantando bem alto para espantar o silencio.
Ando, ando, ando, e noto que algo esta errado, já deveria estar em casa há tempos, mas parece que o bosque me fez dar voltas e mais voltas. Estava perdida, não sabia mais onde estava. Estava à mercê da noite, sem rumo concreto, nem a musica no volume máximo conseguia me manter calma e concentrada. Entrei em desespero, comecei a suar frio, ter calafrios, a tremer. Não sabia ou certo o porquê desse desespero todo, passava por lá todos os santos dias, mas vai ver eu sabia, no meu inconsciente, que era uma noite diferente.
Escuto um grito, e logo após passos, lentos e pesarosos passos, à medida que eles ficavam mais altos, meus calafrios alimentam. Um vento frio sopra na minha nuca desprotegida, me encolho mais e mais no meu casaco. O vento cessa, os passos param, os calafrios acabam, tudo parece ter voltado ao normal, tirando a neblina que começava a se instalar ao meu redor.
Uma neblina densa e de cor leitosa, não conseguia ver nem á um palmo do meu nariz. Para piorar as coisas, meu Ipod para de tocar, tiro ele do bolso, sem bateria. Agora, estava sozinha, e sem meu único refugio para a sanidade.
Sigo em frente, para onde acho que é a direção certa, não tenho muita certeza disso, mas algo me dizia que se não me apresasse, algo iria dar errado. Começo andando, e sem me dar conta começo a correr, correr desesperada, como se algo estivesse atrás de mim. Escuto um barulho. Paro. Respiro fundo. Olho em volta. Não vejo nada. Continuo a correr.
Corro freneticamente, sem ao menos olhar uma vez para trás. Estava com medo, com muito medo, desesperada, diga-se de passagem.
Corro por entre as árvores e arbustos, entre a névoa e a neblina, entre o desespero e a solidão. Arranho-me toda, rasgo minhas roupas. Tropeço. Caio. Levanto. Continuo a correr.
À medida que corria, a névoa ficava mais densa e branca, como se fosse leite evaporado, uma névoa leitosa, como o leite branco, como se eu estivesse cega, como no livro “Ensaio sobre a cegueira”. Esse leite vai me deixando cega e desesperada, sem poder ver o que tinha há minha frente, não poderia me desviar de um obstáculo, muito menos dizer para onde estava indo.
Mais uma rajada de vento sopra fria e úmida, e com ela, os diversos sons da floresta. Fecho os olhos, tampo os ouvidos, e corro o mais rápido que posso, deixando para traz todo o medo e a apreensão.
De repente… Luzes, buzinas, vozes, latidos. Abro os olhos. Olho ao redor. Choro.
Meu sofrimento havia acabado, estava de volta à realidade.
No dia seguinte, pedi demissão, arranjei outro emprego perto da minha casa. Mas a coisa que mais me impressionou foi o noticiário das dez. Pelo que parece, um homem, de 24 anos tinha assassinado a ex-namorada naquele mesmo bosque. Fiquei me perguntando se minha noite de tormento tinha algo a ver com isso, mas acho que não… Será?

Destino (amigo) cruel e impiedoso

Meus piores medos me acharam, e agora estão me atormentando, como se eu fosse uma criança que esta perdida no escuro.
Meus olhos estão vendados por tristeza e solidão. Quem estava comigo nos momentos ensolarados não estão mais.  Agora estou sozinha, no escuro, eu e meus pensamentos, eu e minhas dores, eu e minha solidão.
Não tenho mais esperanças, dizem que ela é a ultima que morre, mas não concordo, uma simples pedra no seu caminho faz você perde-la, um simples inconveniente, e você joga tudo pro ar e desiste de tudo, comigo foi mais ou menos assim, mas não fui eu que joguei tudo pro ar, EU fui jogada, deixada de lado, excluída, acusada. Se foram acusações justas, disso eu já não sei, depende de onde você vê, se você fosse ver pelo lado do outro, eu poderia estar errada, mas se olhar pelo meu lado, terá certeza que sou inocente, sou apenas uma vitima de um doloroso e desprezível destino.
“Sei que o amanhã será diferente, porém igual, pois estarei com meus amigos, meus preciosos amigos”
Eu costumava a acreditar nessa frase, pois sempre pensei que que os amigos eram a coisa mais importante, mas acho que estava errada.
Os amigos que tinha não são mais os mesmo, ou nunca foram, e eu que fui a tola que não perceber isso.
Ainda tem os amigos que restaram, os que não são meros amigos, são mais que amigos, são minha família, são as pessoas que com quem posso contar, confiar, amar

Lágrimas preciosas

Eu não deveria chorar por ele, ele não vale minhas lagrimas, elas são preciosas para mim, eu deveria gasta-las apenas com coisas especiais, que são importantes para mim, não com um ser que me deixou cair em uma tristeza profunda, tão profunda quanto o fundo do mar, profunda, obscura e em uma solidão súbita.
As esperanças que tinha não serviram de nada, e nem vão servir para algo significativo, ou que me de algum prazer.
Elas apenas ajudaram a me degradar, a me decompor por dentro, deixando apenas uma casca vazia, falsa, frágil.
Foi ele que me tornou nessa existência lamentável e nebulosa, nessa pessoa obscura e vasta, sem um objetivo concreto na vida, que vive apenas por viver, ou apenas vive para poder morrer, alguém que espera a morte, dia após dia, imaginado como ela será, que se coloca em inúmeras situações em seu imaginário para se satisfazer.
Alguém que não vive.
Alguém que apenas espera a morte.

Quem sou EU? Quem somos nós?

Sou apenas um amontoado de carne, ossos, pele, miolos e tudo mais, que possui uma mente defeituosa e corrompida, implantada em uma massa cinzenta que vive em um pequeno e insignificante pedaço de terra, denominado por nós Planeta Terra em uma inútil tentativa de nos mostrar conhecedores de verdade, sendo que nem conseguimos descobrir a nossa verdadeira verdade.

Bem...

Crie esse Blog não para ser reconhecida, não para ser admirada, não para ser lido, apenas o criei para minha própria satisfação, para meus interesses, e de mais ninguém, apenas para ter um refugio para meus pensamentos perturbados e idéias malucas, sem medo de me julgarem pelo que sou ou pelo que faço, apenas pelo que escrevo.
Não faço idéia do por que estou escrevendo isso, pois, já que esse Blog é meu, apenas meu, não deveria explicar o significado dele para mais ninguém, apenas guardar ele para mim.
Aqui pretendo postar meus textos e pensamentos, sem intuído de nada, apenas de desabafar.